VERSOS MORTOS
Margaret Pelicano
Cansada da realidade fria e constrangedora,
desnudo-me em versos escabrosos e loucos,
entendo que, ser humano, é ser pouco
diante da voracidade dos outros...
Difícil compreender aonde o dinheiro nos leva,
dentro de escafandros aprisionados em ambição mouca,
sem ouvir as verdades do prazer de viver
os sentidos hibernam para a natureza professora...
Ela sim, nos mostra a dignidade da flor,
aponta a beleza dos animais,
a singeleza das crianças
o carisma das velhas pedras...
Mas minha linguagem falece,
ninguém liga para o que falo, ou minha prece
ledo engano querer conscientizar o ensandecido
homem... este um arremedo...
Tenho ânsias por continuar tão boba, medo...
tão esperançosa e batalhadora, percebo
pouco se muda, o mundo é o mesmo....
o verso é morto...alguém lê o que escrevo?
Brasília - 12/02/2008
INSPIRADO NOS VERSOS DE JOSÉ ERNESTO FERRARESSO
Um comentário:
amo suas poesias - MªLuiza Bonini
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