domingo, 15 de fevereiro de 2009

72. A ESPERANÇA NUNCA MORRE



VERSOS MORTOS
Margaret Pelicano


Cansada da realidade fria e constrangedora,
desnudo-me em versos escabrosos e loucos,
entendo que, ser humano, é ser pouco
diante da voracidade dos outros...

Difícil compreender aonde o dinheiro nos leva,
dentro de escafandros aprisionados em ambição mouca,
sem ouvir as verdades do prazer de viver
os sentidos hibernam para a natureza professora...

Ela sim, nos mostra a dignidade da flor,
aponta a beleza dos animais,
a singeleza das crianças
o carisma das velhas pedras...

Mas minha linguagem falece,
ninguém liga para o que falo, ou minha prece
ledo engano querer conscientizar o ensandecido
homem... este um arremedo...

Tenho ânsias por continuar tão boba, medo...
tão esperançosa e batalhadora, percebo
pouco se muda, o mundo é o mesmo....
o verso é morto...alguém lê o que escrevo?

Brasília - 12/02/2008
INSPIRADO NOS VERSOS DE JOSÉ ERNESTO FERRARESSO

Um comentário:

PINTA E BORDA PALAVRAS disse...

amo suas poesias - MªLuiza Bonini